Historia da energia no Brasil
Historia da energia no Brasil
1879
- Inauguração, na Estação Central da Estrada de Ferro D. Pedro II, atual Estrada de Ferro Central do Brasil, da primeira instalação de iluminação elétrica permanente do país.
- Instalação, pela Diretoria Geral dos Telégrafos, da primeira iluminação externa pública do país, em trecho da atual Praça da República, na cidade do Rio de Janeiro.
- Entra em operação a primeira usina hidrelétrica brasileira. A usina está localizada no Ribeirão do Inferno, afluente do rio Jequitinhonha, na cidade de Diamantina.
- Inauguração do primeiro serviço público municipal de iluminação elétrica do Brasil e da América do Sul.
- Entra em operação a usina termoelétrica da Fiat Lux.
- Início da operação da primeira hidrelétrica nacional de porte grande para a época, a Marmelos-Zero, da Companhia Mineira de Eletricidade, pertencente ao industrial Bernardo Mascarenhas.
- Inauguração da primeira linha de bondes elétricos de caráter permanente do país, no Rio de Janeiro.
- Criação da São Paulo Railway, Light and Power Empresa Cliente Ltd - SP Railway -, evidenciando a entrada do capital estrangeiro no setor elétrico.
- Aprovação, pelo Congresso Nacional, do primeiro texto de lei disciplinando o uso de energia elétrica no país.
- Criação da Rio de Janeiro Tramway, Light and Power Empresa Cliente - RJ Tramway, do mesmo grupo financeiro da São Paulo Light.
- Entra em operação a hidrelétrica Fontes Velha, a maior usina do Brasil e uma das maiores do mundo na época.
- Criação da Brazilian Traction, Light and Power Empresa Cliente Ltd, que unifica as empresas do Grupo Light.
- Início da operação da hidrelétrica Delmiro Gouveia, a primeira usina construída no Nordeste.
- A capacidade instalada de energia elétrica do Brasil é de cerca de 360 MW.
- Início das atividades da Amforp (American and Foreign Power Empresa Cliente), que adquire o controle de dezenas de concessionárias do interior paulista.
- A capacidade instalada de energia elétrica do Brasil gira em torno de 780 MW.
- Promulgação do Código de Águas, pelo presidente Getúlio Vargas, que atribui ao poder público a possibilidade de controle das concessionárias de energia elétrica.
- Criada a ABCE (Associação Brasileira de Concessionárias de Energia Elétrica).
- Inauguração do primeiro trecho eletrificado da Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro.
- Criação, por Vargas, do CNAE (Conselho Nacional de Águas e Energia), que tem como objetivo sanear os problemas de suprimento, regulamentação e tarifa referentes à indústria de energia elétrica do país.
- Regulamentada a situação das usinas termelétricas do país, mediante integração às disposições do Código de Águas.
- A capacidade instalada de energia elétrica do país é de cerca de 1.250 MW.
- Regulamentação do "custo histórico" para efeito do cálculo das tarifas de energia elétrica, que fixa em 10% a taxa de remuneração dos investidores.
- Início da criação de companhias estaduais e federais como Ceee-RGS, Chesf, Cemig, Copel, Celesc, Celg, Cemat, Escelsa, Furnas, Cemar, Coelba e Ceal Energipe.
- A capacidade instalada de energia elétrica do Brasil gira em torno de 1.900 MW.
- Criação do BNDE (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico), com foco nas áreas de energia e transporte.
- Entra em operação a usina Paulo Afonso I. Pertencente à Chesf, é a primeira grande hidrelétrica construída no rio São Francisco.
- Também inicia operações a usina Piratininga, a primeira termelétrica de grande porte do Brasil.
- Surge a Escelsa, criada para administrar o programa energético do Espírito Santo.
- Criada a Central Elétrica de Furnas S.A., com o objetivo de aproveitar o potencial hidrelétrico do rio Grande e solucionar, assim, a crise de energia na Região Sudeste.
- Criação do Ministério das Minas e Energia, pelo presidente Juscelino Kubitschek.
- A capacidade instalada de energia elétrica do país gira em torno de 4.800 MW.
- Criação da Eletrobrás, constituída em 1961 pelo presidente João Goulart, com o objetivo de coordenar o setor de energia elétrica brasileiro.
- Formação do Consórcio Canambra, pelo Banco Mundial, para desenvolver estudos sobre os potenciais hidrelétricos e o mercado de energia elétrica na Região Sudeste.
- Entra em operação a hidrelétrica de Furnas. Maior usina do Brasil na época de sua construção, ela permite a interligação dos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.
- Aquisição das empresas do Grupo Amforp.
- Criação do Departamento Nacional de Águas e Energia, encarregado da regulamentação dos serviços de energia elétrica no país.
- Criação da Eletrosul (Centrais Elétricas do Sul do Brasil S.A.).
- Início da operação da maior termelétrica do país, a usina Santa Cruz, de Furnas Centrais Elétricas S.A.
- Criação do Eneram (Comitê Coordenador de Estudos Energéticos da Amazônia).
- Criação do CCOI (Comitê Coordenador de Operação Interligada) para diminuir os problemas operativos e aperfeiçoar o processo de interação das empresas do setor.
- A capacidade instalada de energia elétrica do país é de cerca de 11.460 MW.
- Criação da Itaipu Binacional, a partir do tratado firmado entre Brasil e Paraguai para regulamentação da construção e operação de hidrelétricas no rio Paraná.
- Criação da Eletronorte (Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A).
- Criação da Nuclebrás (Empresas Nucleares Brasileiras S.A.).
- Criação do Cepel (Centro de Pesquisas de Energia Elétrica) para desenvolvimento de tecnologia em equipamentos e em sistemas elétricos.
- Criação do Codi (Comitê de Distribuição da Região Sul-Sudeste) e do CCON (Comitê Coordenador de Operação do Norte/Nordeste).
- Nacionalização da Light Serviços de Eletricidade S.A.
- Início das operações da usina hidrelétrica Sobradinho.
- Instalação do Sinsc (Sistema Nacional de Supervisão e Coordenação de Operação).
- A capacidade instalada de energia elétrica no Brasil é de cerca de 31.300 MW.
- Criação do GCPS (Grupo Coordenador de Planejamento dos Sistemas Elétricos).
- Concluída a primeira parte do sistema de transmissão Norte-Nordeste, permitindo a transferência de energia da bacia amazônica para a região Nordeste.
- Entra em operação a usina hidrelétrica Itaipu, a maior hidrelétrica do mundo, com 12.600 MW de capacidade instalada.
- Criação da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia).
- Criação do Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica), com o objetivo de incentivar a racionalização do uso da energia elétrica, combatendo o desperdício.
- Inicia operação a usina termonuclear Angra I, primeira usina nuclear do Brasil.
- Entra em operação o sistema de transmissão Sul-Sudeste, transportando energia elétrica de Itaipu para a Região Sudeste.
- Criação da Revise (Revisão Institucional de Energia Elétrica).
- Criação do Comase (Comitê Coordenador das Atividades do Meio Ambiente do Setor Elétrico).
- O presidente Fernando Collor de Mello sanciona a Lei n.º 8.031, que cria o PND (Programa Nacional de Desestatização).
- Criado o Sintrel (Sistema Nacional de Transmissão de Energia Elétrica), que viabiliza a competição na geração, distribuição e comercialização de energia.
- A capacidade instalada de energia elétrica no Brasil atinge volume de cerca de 53.000 MW.
- Realização do leilão de privatização da Escelsa. Nova fase do setor de energia elétrica brasileiro.
- Criação da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica).
- Surge a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), criada com os objetivos de: regular e fiscalizar a geração, a transmissão, a distribuição e a comercialização da energia elétrica; atender a reclamações de agentes e consumidores; mediar os conflitos de interesses entre os agentes do setor elétrico e entre estes e os consumidores; conceder, permitir e autorizar instalações e serviços de energia; garantir tarifas justas e zelar pela qualidade do serviço; exigir investimentos; estimular a competição entre os geradores e assegurar a universalização dos serviços.
- Criada a Eletronuclear (Eletrobrás Termonuclear S.A.), responsável pelos projetos das usinas termonucleares brasileiras.
- Nova constituição do órgão regulador do setor de energia elétrica, sob a denominação de Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
- Regulamentação do MAE (Mercado Atacadista de Energia Elétrica), consolidando a distinção entre as atividades de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica.
- Estabelecimento das regras de organização do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), em substituição ao GCOI (Grupo Coordenador para Operação Interligada).
- Lançado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso o Programa Prioritário de Termelétricas, com vistas à implantação no país de diversas usinas a gás natural. O programa foi instituído pelo ministro de Minas e Energia, Rodolpho Tourinho Neto.
- Entra em operação a usina hidrelétrica Itá, na divisa dos municípios de Aratiba (RS) e Itá (SC).
- A importação de 1.000 MW de energia da Argentina, iniciada no mês de julho pela Cien (Companhia de Interconexão Energética) utiliza novas linhas de 500 kV e une as subestações de Rincón e Garabi (Argentina), Santo Ângelo e Itá (Brasil), constituindo a maior e mais importante compra de energia da Argentina pelo Brasil.
- Instituído o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética), com a atribuição de formular e propor ao presidente da República as diretrizes da política energética nacional.
- Criação das seguintes associações:
- Abrate (Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica).
- Abraceel (Associação Brasileira dos Agentes Comercializadores de Energia Elétrica).
- APMPE (Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica).
- Criação da CBIEE (Câmara Brasileira de Investidores em Energia Elétrica), que agrega associados entre grupos empresariais brasileiros, portugueses, franceses, espanhóis, belgas e americanos, globalmente comprometidos com investimentos de longo prazo em infra-estrutura.
- A capacidade instalada de energia elétrica no Brasil gira em torno de 72.200 MW.
- O país vive a sua maior crise energética, acentuada pelas condições hidrológicas extremamente desfavoráveis nas regiões Sudeste e Nordeste. Com a gravidade da situação, o governo federal cria, em maio, a GCE (Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica), com o objetivo de "propor e implementar medidas de natureza emergencial para compatibilizar a demanda e a oferta de energia elétrica, de forma a evitar interrupções intempestivas ou imprevistas do suprimento". Em junho, é implantado o programa de racionamento nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste e, em agosto, em parte da região Norte.
- Ainda no âmbito da crise de energia elétrica, o governo cria em agosto a CBEE (Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial) para realizar a contratação das térmicas emergenciais.
- Entra em operação, também em agosto, a usina termelétrica Eletrobold (RJ), incluída no Programa Prioritário de Termelétricas (PPT).
- Em novembro, a usina termelétrica Macaé Merchant, também incluída no PPT, inicia operação no município de Macaé (RJ).
- Criação da Abraget (Associação Brasileira de Geradoras Termelétricas).
- Começa a operar, em dezembro, a primeira unidade da usina hidrelétrica Lajeado, na divisa dos municípios de Miracema do Tocantins e Palmas (TO). Construída pela Investco, consórcio liderado pelas empresas Rede Lajeado Energia, do Grupo Rede, e EDP Brasil, controlada pela Electricidade de Portugal (EDP), a usina foi projetada para funcionar com cinco unidades geradoras, numa capacidade total de 900 MW.
- Em dezembro, termina o racionamento na região Norte.
- Entra em operação, em fevereiro, a usina hidrelétrica Machadinho, na divisa dos municípios de Maximiliano de Almeida (RS) e Piratuba (SC). Em julho, começa a operar a terceira e última unidade geradora da usina, perfazendo o total de 1.140 MW.
- Em fevereiro, acaba o racionamento nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.
- Entra em operação, em maio, a usina hidrelétrica Cana Brava, na divisa dos municípios de Cavalcanti e Minaçu (GO), com capacidade de geração de 450 MW, alcançada quatro meses após a inauguração.
- Em junho, é extinta a GCE (Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica), substituída pela CGSE (Câmara de Gestão do Setor Elétrico), vinculada ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética). A CGSE tem a incumbência de propor ao CNPE diretrizes para a elaboração da política do setor de energia elétrica, além de gerenciar o Programa Estratégico Emergencial para o aumento da oferta de energia.
- O governo federal lança em novembro o Programa Nacional de Universalização e Uso de Energia Elétrica, objetivando levar, até 2008, energia elétrica aos 12 milhões de brasileiros que não têm acesso ao serviço. Deste total, 10 milhões estão na área rural. A gestão do programa será compartilhada entre estados, municípios, agentes do setor elétrico e comunidades.
- No mesmo mês, entra em operação comercial a 15ª unidade geradora hidráulica da hidrelétrica Tucuruí. É a terceira máquina da segunda etapa da usina, que lhe rende mais 375 MW de potência.
- Nesse ano, a capacidade instalada de energia elétrica no Brasil está em torno de 77.300 MW.
- É inaugurada, em janeiro, a PCH Padre Carlos, em Poços de Caldas (MG). Com capacidade para gerar 7,8 MW, a usina integra um conjunto de cinco pequenas centrais hidrelétricas já em operação na área e serve de reforço no atendimento dos 52 mil consumidores da área de concessão do Departamento Municipal de Eletricidade de Poços de Caldas.
- Aprovado o novo modelo do setor elétrico, com a promulgação, em março, das Leis nº 10.847 e nº 10.848, que definem as regras de comercialização de energia elétrica e criam a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), com a função de subsidiar o planejamento técnico, econômico e sócio-ambiental dos empreendimentos de energia elétrica, petróleo e gás natural e seus derivados e de fontes energéticas renováveis.
- Criados a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico) e o CGISE (Comitê de Gestão Integrada de Empreendimentos de Geração do Setor Elétrico).
- Em janeiro, é inaugurada em Veranópolis (RS) a usina hidrelétrica Monte Claro, com capacidade para gerar 130 MW. A usina integra, junto com a 14 de Julho e a Castro Alves, o Complexo Energético do Rio das Antas, na região Nordeste do Estado. Esse conjunto de usinas aumentaria em 4,4% a capacidade instalada de geração no país.
- O sistema de fornecimento de energia elétrica no Espírito Santo é reforçado, em março, pela inauguração da Linha de Transmissão Ouro Preto 2-Vitória e pela ampliação da subestação de Vitória. Com a nova linha de transmissão, o Espírito Santo deixa de ser ponta do sistema elétrico e passa a contar com caminhos alternativos para o suprimento de energia.
- São assinados os contratos de concessão para a implantação de 2.747 quilômetros de 10 novas linhas de transmissão. As concessões têm duração de 30 anos e a construção dos novos empreendimentos deve beneficiar 140 municípios de 11 Estados: Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.
- A Eletrobrás e a Korea Electric Power Corporation (Kepco), da Coréia do Sul, assinam Protocolo de Intenção para cooperação e formação de parcerias para investimentos conjuntos em projetos nos segmentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica no Brasil e na América Latina. O protocolo prevê a avaliação do uso de todas as opções disponíveis de combustível, incluindo carvão, outros combustíveis fósseis, energia renovável e, eventualmente, energia nuclear.
- Em abril, é inaugurada em Belém (PA) uma usina de produção de biodiesel do Grupo Agropalma. A unidade tem capacidade para produzir 8 milhões de litros de biodiesel por ano e a empresa utiliza, como matéria-prima, resíduos do processamento da palma. A primeira usina brasileira de produção do biodiesel é inaugurada em março, em Cássia (MG).
- A EPE (Empresa de Pesquisa Energética) conclui em março os estudos do Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica - PDEE 2006-2015 -, propondo diretrizes, metas e recomendações para a expansão dos sistemas de geração e transmissão do país até 2015. O plano é o primeiro documento do gênero elaborado pela EPE e deve ser atualizado anualmente.
- Em fevereiro de 2007, é ativada a primeira turbina da usina hidrelétrica Campos Novos, marcando o início da operação comercial do empreendimento. Localizada no rio Canoas, em Santa Catarina, a usina exige a construção da maior barragem do tipo enrocamento e face de concreto já executada no país, com 202 metros de altura e comprimento de crista de 592 metros. As outras duas unidades de geração, assim como a primeira, terão, cada uma, potência máxima instalada de 293,3 MW.